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Aída Curi e Maria Goretti.

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Santa Maria Goretti, Mártir da Castidade.

(Do livro "Aída Curi, Ouro Puro em Mina de Trevas", escrito pelo irmão de Aída, Monsenhor Maurício Curi.)

CONHECIA MARIA GORETTI...

Aída, desde que assistiu ao filme "Céu sobre o pântano", no qual é narrada a história da santa italiana, tornou-se sua admiradora. Elegeu-a até para sua padroeira, atestam suas colegas, tendo sempre em seu armário uma estampa da mártir.

 

Maria da Glória Souza lembra-se bem que, no último ano em que estiveram juntas no Educandário, Aída  lhe em­prestou o livro da vida da santinha italiana.

Mesmo depois de sair do Colégio, conservou esta devoção. Prova disto é o fato de ter sempre em casa, até o dia de sua morte, um quadro de Maria Goretti, colocado em seu criado-mudo.

 

                                                           

em seu quarto, a imagem de maria goretti

O quadro de Maria Goretti, na mesinha de cabeceira de Aída.

Por coincidência, Aída Curi e Maria Goretti morreram no mesmo mês: JULHO.

Maria Goretti: 6 de julho de 1902, com 11 anos de idade.

Aída Curi: 14 de julho de 1958, com 18 anos de idade.

"...EU FARIA O MESMO!"

 

Testemunho valioso o de Maria da Glória Souza. Recorda-se que, após terem visto o filme, exibido no colégio, sobre o martírio da santa, comentaram ambas a bravura da mocinha italiana e, daquela conversa, conservou bem gravadas na memória as palavras espontâneas de Aída:

- …Eu faria o mesmo! Jamais envergonharia minha família!  A pureza é a maior riqueza que possuímos. Se coisa semelhante acontecesse comigo, eu morria mas não deixava que me tocassem! Acho que Deus dá forças para a gente lutar; caso contrário, como Maria Goretti pôde lutar tanto?!

Eis aqui também o relato da tia de Aída.

Rio, 22-10-1977

Querido sobrinho Maurício,

Sabendo por Jamila do interesse que você tem por todos os fatos da vida de sua irmã, relato aqui uma das conversas que ela teve comigo numa das vezes em que passou alguns tempos com seu tio José, meu marido, aqui em nossa casa. Pude constatar a grande devoção que Aída tinha pela menina mártir da Itália, Santa Maria Goretti. Uma vez ela me disse que, se chegasse um dia a ter uma boa posição financeira, havia de fazer uma capelinha dedicada a esta santinha por quem tinha tanta veneração, e ofereceria este grande presente ao Educandário, onde estava sendo educada e sempre bem tratada por todas as freiras, professoras e empregadas.

Por gostar tanto das freiras, procurava imitá-las aqui, nas brincadeiras com as crianças da vizinhança. Ela as reunia e fazia de professora, sendo sempre enérgica e meiga, dependendo do comportamento de suas pequenas alunas.

Esperando, Maurício, que isto lhe traga algum consolo, queira receber um abraço da tia Eliza Curi.

Página do caderno de Aída, que fala de Maria Goretti.

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TRANSCRIÇÃO DA PÁGINA, OBSERVANDO-SE
O SISTEMA ORTOGRÁFICO DA ÉPOCA.

 

Santa Maria Goretti.

A família Goretti tinha sempre a imagem da Ssma. Virgem na cabeceira da cama da mamãe Assunta.  Todos os sábados a enfeitavam com flôres frescas.  Era a imagem preferida da mãe e também a de sua filha Maria.

Sob os olhares maternos de Maria a menina aprendeu as orações e o catecismo.  Cada sábado Maria trazia flores frescas. Cada sábado, menos um: o dia em que Alexandre Serenelli a fechara em sua casa e lhe dera a morte.  Esse dia foi privada de trazer-lhe as flores.

“Mamãe, disse agonizante, levanta-me do chão...Coloca-me na cama embaixo de N. Sra.”

Assim a Ssma. Virgem teve o seu ramo de flores de sábado.  Maria era uma açucena recém-cortada.

"ANTES A MORTE!"

De Terezinha Maria do Carmo:

"Estávamos comentando uma prática que Mon­senhor Magalhães nos fizera sobre Maria Goretti (frequentemente ele nos falava sobre esta santa). Indagaram-me as colegas qual seria a minha reação se comigo acontecesse coisa semelhante ao que sucedera a Maria Goretti. Eu respondi que talvez eu não reagisse da mesma maneira porque tenho horror à dor física. Uma facada!... Deus me livre!…  Foi então que Aída, fitando-me com o seu olhar puro (olhar que me marcou até hoje), exclamou:

- Ah! Terezinha, você não cederia não, nunca!... Com a formação moral que nós temos, você nunca cederia!…

Seguimos para a aula de Inglês e ela foi a caminho da capela. Perguntei-lhe depois onde fora, e ela com o seu jeito angelical corou e disse:

- Fui rezar por você!...

Eu tinha nessa ocasião uns 17 anos e ela podia ter uns 12."

D. Maria Antônia, a cozinheira do Colégio, contava-lhe, às vezes, casos de mocinhas que haviam sido infelicitadas ou que haviam caído em alguma cilada de jovens desorientados. Aída – lembra-se D. Maria –costumava então manifestar-se desta ma­neira:    

 

- Que infelicidade!... Eu teria preferido mor­rer!…

Imitadoras de Maria Goretti

Os dados são colhidos do livro "Lírios no charco" - R. P. Faustino Barcenilla (passionista) Tip. Editorial Franciscana, Bra­ga, Portugal, 1969, e do livro "Lirios sobre o pântano" – Aury Maria Azeglio Brunetti C.M.F. 1960 – Editora "Ave Maria" Ltda. – Caixa Postal 615 – São Paulo.

  • ALBERTINA BERCKEMBROCK – S. Luís da Vargem do Cedro, diocese de Florianópolis, municipio de Imaraí, Estado de Santa Catarina. 12 anos de idade. Assassinada por Manuel Palhoça (Maneco), que morre, anos depois, arrependido. O Processo de Beatificação de Albertina, tendo começado no ano de 1952, em Roma, foi concluído.  Sua Beatificação deu-se no Brasil, em outubro de 2007.

  • MARIA VIEIRA DA SILVA – Açores – 14 anos – 1940.

  • RENATA SCHMYK – Berlim, Alemanha – 14 anos.

  • D. VIRGÍNIA DAS MERCÊS – Esposa mártir, 28 anos. Mãe de dois filhos. Durante a Segunda Guerra Mundial. Província Portuguesa Ultramarina de Timor – 1943.

  • MARIA HELENA AVELAR CARDOSO – 17 anos – Fiães, Portugal.

  • CECÍLIA CIOLIN – 22 anos. Filha de Maria. Brasil – 1946.

  • DOLORES SAUMELL SAN AGUSTIN – 14 anos – Villafranca del Panadès, Espanha – 1966.

  • ANA MARIA BRACCI – 13 anos. Roma, Itália – 1950.

  • NASIBECO – Moça de cor. 16 anos. Moçambique.

  • ANA ROSA VALENTE DA SILVA – 11 anos – Portugal.

  • MARIA ÂNGELA ALEIXO – Nascida em Porto, Portugal. As­sassinada em Newark (U.U.A.) – 1951.

  • MARIA AURORA MASTORATAS – 29 anos – Lourenço Marques – 14 de março de 1958.

  • OLGA GUEDES TAVARES – 19 anos. Filha de Maria – 1931 – Brasil.

  • MARIA DANIELA SIKONGOU – 16 anos. Outra Goretti afri­cana - 1955.

  • IRMÃ MARIA CLEMENTINA (AFONSINA ANWARITE) – Religiosa Congolesa – 1964.

  • ANGELA – Goretti negra de Uganda – 1927.

  • REGINA COGINI – Brasil.

  • JOAQUINA DUARTE – Freguesia da Barreira – Diocese de Leiria, Portugal – 16 anos – 1928.

  • ROSALINA MARINI – 17 anos. Filha de Maria. Brasil. 24 de outubro de 1958.

  • JOSEFINA VILASECA ALSINA – Catalunha, Espanha. 12 anos. Processo canônico para reconhecimento de sua virtude heróica já em andamento. O Sanatório de Manresa onde ex­pira a menina está a cargo das Religiosas Filhas de São José, a mesma Congregação que se ocupa do Educandário Gonçal­ves de Araújo, onde estudou Aída. 1952.

  • CORPUS SOLA VALÊNCIA – Navarra, Espanha – 1943.

  • FILOMENA CARDOSO – Província de Timor português. De origem chinesa – 20 anos e mãe de um menino.

  • LAUDELINA MEDRANO Y MERINO – Espanha – 1959.

  • MARIA GRIMM – Ulm, Estado de WÜRTTEMBERG, Alema­nha – 13 ANOS – 1922.

  • HORTENSIA LÓPES GÓMEZ – México – 1952.

  • ISABEL CRISTINA MRAD CAMPOS – Barbacena, Minas Gerais, Brasil, 1962 – Juiz de Fora, Minas Gerais – 1982.

  • SANTA SCORESE – Bari, Itália – 6 de fevereiro de 1968 – 16 de março de 1991.  Morre com a idade de 23 anos, após violenta agressão de um jovem desequilibrado, que a seguia há três anos.  Suas últimas palavras foram de perdão para o seu assassino.  Santa fazia parte do movimento GEN dos Focolares.  A Igreja a declarou “serva de Deus” em 1999.    







     




Aí estão as imitadoras de Inês e Goretti. E quantas outras não existirão desconhecidas!

E quantas, se não chegam ao martírio físico, são vítimas de situações angustiosas e vexames indescri­tíveis por causa de sua honra! Perseguições, humilha­ções, ataques morais e físicos, calúnias, tudo supor­tam para salvaguardar sua integridade física e moral!

Todas estas, quer passem por martírio físico quer por martírio moral, são o orgulho dos cristãos, glória da Igreja.

E como é igualmente avultado o número de mocinhas que nos impressionam por sua inflexível dignidade!

"Graças a Deus, são ainda numerosas – mais numerosas do que talvez se supõe e se diz, porque não fazem alarde da sua seriedade e das suas virtudes, como outros ostentam a sua leviandade e a sua desordem – as jovens que, educadas por pais cristãos, passam se­renas e alegres, mas modestas, nas ruas da cidade, nos caminhos dos campos, para irem aonde as chamam os deveres domésticos, profissionais, escolares e caritativos, que fa­zem amar a sua graça sorridente, mas ao mesmo tempo respirar a sua inflexível digni­dade.

Elas são muitas, sem dúvida (...), e seriam ainda mais numerosas se houvesse, da parte dos pais, mais vigilância e afetuosa bondade, e, da parte dos filhos, mais confiante docili­dade."

(Palavras de S. S. o Papa Pio XII, por ocasião da Beatificação de Santa Maria Goretti, 30 de abril de 1947).

Palavras inesquecíveis foram ainda pronunciadas pelo mesmo Pontífice, por ocasião da canonização da santinha italiana. A praça de São Pedro, literalmente tomada por uma enorme multidão (300 mil peregri­nos, entre os quais o próprio Presidente da Itália), tornou-se um grande santuário aberto ao céu. Vinda de todos os países a multidão ali se apinhava para ouvir a exaltação do nome da menina Goretti, de Corinaldo. E a voz do Papa encheu a praça numa calorosa conclamação, ao mesmo tempo que pergun­tava:

"Ó jovens, ó amados filhos e filhas, pupi­la dos olhos de Jesus e de nossos próprios olhos, falai! Estais firmemente resolvidos a resistir a qualquer tentação que outros se atrevam a fazer contra a vossa pureza? E vós, pais e mães, que contemplais com esta multi­dão a imagem adolescente que com sua pure­za imaculada arrebata o coração! (...) Estais dispostos a cumprir a solene promessa de velar por vossos filhos e filhas até onde seja possivel, para defendê-los contra os grandes perigos que os cercam, e mantê-los afastados dos lugares que preparam a senda da impureza e da perversão moral?"

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Albertina Berckembrock

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Isabel Cristina Mrad Campos

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Santa Scorese

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